Matéria publicada no Correio Braziliense desta sexta-feira, dia 14, pode dar um impulso a mais para os Sócios voltarem a frequentar a Academia do Iate. Segundo apuração do jornal, dados preliminares de um estudo desenvolvido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) indicam que o hormônio irisina, liberado pelos músculos durante atividades físicas, pode ter efeito terapêutico em casos de covid-19.
Em testes feitos em laboratório, ao analisar dados, os pesquisadores observaram que o hormônio tem um efeito modulador em uma linhagem de células adiposas — responsáveis por armazenar gordura e regular a temperatura do corpo — em genes associados à reaplicação do vírus SARS-CoV-2 no corpo humano. Ou seja, a substância diminui a expressão dos genes da proteína que o vírus se liga e, se não tem proteína, o vírus apresenta dificuldade para infectar a célula.
Por causa da pandemia, os pesquisadores decidiram investigar possíveis efeitos da irisina em genes relacionados à replicação do vírus. A partir do cruzamento de dados, eles descobriram que o tratamento com o hormônio em células adiposas diminuiu a expressão de vários genes que regulam o ACE2 — fundamental para a replicação do vírus em células humanas. O gene ACE2 codifica a proteína a que o vírus precisa se ligar para invadir células humanas. Outro ponto positivo encontrado no estudo foi o hormônio ter triplicado os níveis de transcrição do gene TRIB3. Em indivíduos idosos é comum ocorrer a diminuição da expressão desse gene, o que pode estar relacionado à maior replicação do novo coronavírus e ao risco aumentado dessa população à covid-19.
A pesquisadora da faculdade de Medicina da Unesp, em Botucatu (SP), Miriane de Oliveira explica, ainda, que um terceiro aspecto importante é o tecido adiposo aparentemente servir como “repositório” do vírus. “Isso ajuda a entender por que indivíduos obesos têm maior risco de desenvolver a forma grave da covid-19. Fora isso, indivíduos obesos tendem a ter níveis menores de irisina, assim como maiores quantidades da molécula receptora do vírus [ACE2], quando comparados a indivíduos não obesos”, detalhou.
O artigo, publicado na revista Molecular and Cellular Endocrinology, descreve dados gerados no estudo de pós-doutorado de Oliveira. O trabalho contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPES).
Fonte: Correio Braziliense