Em 13 de fevereiro deste ano, em reunião Ordinária e Extraordinária, o Conselho Deliberativo determinou a demolição do prédio da Antiga Sauna e conferiu ao Conselho Diretor o prazo de 120 dias para a execução. Cabe ressaltar que anteriormente havia sido definido, na reunião do mesmo Conselho Deliberativo, do dia 27 de fevereiro de 2018, a manutenção do prédio e foi, a partir de então, elaborado um projeto pelo Conselho Diretor para a revitalização do espaço.
O moderno projeto visava atender uma demanda importante para o Clube, que é a guarda e conservação de todo o acervo cultural e histórico do Iate, que hoje está na Antiga Sede, prédio de madeira e bastante antigo. Nele estava contemplado um amplo espaço cultural, que não existe atualmente no campus. Cabe ressaltar que, após a demolição, nada poderá ser construído no local em função da proximidade da orla do Lago.
Com o intuito de conferir e garantir a legalidade da demolição, já que o prédio havia sido construído no local para sediar a Novacap e foi incorporado à área destinada à construção do Iate Clube de Brasília, a Comodoria entrou com pedido de consulta junto aos órgãos oficiais do Governo do Distrito Federal, visando elucidar a dúvida (se está sob área tombada), bem como garantir a autorização para demolição. Tal ação se configura inclusive como precaução frente a uma possível responsabilização do Clube pela demolição de um prédio histórico. Porém, até a presente data não houve resposta ao questionamento.
“À todas providências que estão sendo tomadas em busca da legalização para a demolição foi dado conhecimento ao Conselho Deliberativo, por meio de ofícios internos. Por isso, nos causou estranheza que tenham aberto um processo administrativo contra mim na última quarta-feira”, contou o Comodoro Rudi Finger. “Cumpriremos a decisão do Conselho Deliberativo assim que obtivermos as autorizações e permissões dos órgãos públicos responsáveis, visto que esta Comodoria não está obrigada a fazê-lo sem atender aos ditames da lei, sob pena de responsabilidade civil e criminal”, explicou.
Segundo o Comodoro, ao estipular o prazo para a demolição, o Conselho Deliberativo deixou de considerar os entraves burocráticos para a autorização da obra. Além disso, quando tomou a decisão, em fevereiro deste ano, não se poderia prever a pandemia, que geraria diversos tipos de transtornos, tanto para empresas quanto para o governo local, tornando os processos ainda mais lentos.
O coronavírus trouxe não apenas uma crise de saúde de inimagináveis proporções, mas também representa um divisor de águas na ordem econômica e social mundial. A pandemia impôs uma série de mudanças e adaptações, inclusive no setor público, com o home office, suspensão de contratos e redução de equipes, o que acaba por demandar prazos maiores de atendimento.
“No Iate Clube de Brasília, que está fechado em cumprimento dos decretos distritais, a prioridade neste momento tem sido a sanitização e as readequações para a reabertura, com o objetivo de resguardar vidas, cuidar da saúde de nossos colaboradores e Associados”, disse o Comodoro, que contou ainda que, dessa forma, a abertura do processo administrativo foi recebido com surpresa por todo o Conselho Diretor. “A atitude demonstra a arbitrariedade do processo interposto pelo Conselho, num momento onde todo o mundo está focado no controle da doença e na criação de novas rotinas e protocolos preventivos e com entendimento e empatia quanto a flexibilização de prazos”, completou.
“Esta Comodoria reforça que a demolição, quando autorizada, será realizada com toda a segurança exigida e precedida de informação prévia ao Quadro Social”, esclareceu Rudi Finger.