Torna-se um atleta de alto rendimento não é uma missão fácil.
E medalhista ainda? É algo mais difícil. Pode parecer inusitado quando a vida interrompe sonhos e apaga todas as opções de futuro. Mas ela nunca nos deixa sem respostas, e até no térreo de um hospital, um novo caminho se abre, e um futuro brilhante volta a aparecer.
O início do caminho esportivo dos nossos personagens possui semelhanças. Em um certo momento da vida, os dois se viram em camas de hospital com sonhos amassados, até que o esporte os trouxe de volta à vida.
Foi durante a reabilitação no Hospital Sarah Kubitschek que Iranildo Espíndola teve o primeiro contato com o tênis de mesa. Ele amava praticar esportes, mas foi depois de um acidente que o agora atleta pode percorrer a jornada pelo universo competitivo e se tornar uma referência. Com 25 anos de seleção brasileira, Iranildo é um ídolo do esporte e um desbravador também, afinal, em 1999, a estrutura e o apoio eram bem diferentes – ele mesmo reconhece: “Estou aqui hoje graças aos nãos que eu recebi durante a minha vida”.
O atleta está pronto para seguir influenciando o surgimento de novos craques no esporte nacional.
O caminho de Guilherme Costa foi semelhante. Um acidente o colocou em reabilitação no mesmo hospital, e ele escolheu o tênis de mesa. Hoje o atleta paralímpico já conta com 15 anos de seleção brasileira e, por mais que ainda seja estranho, segundo ele, a experiência fez dele também uma das referências no tênis de mesa paralímpico.
Os dois atletas compartilham histórias, recordes e conquistas.
Na última edição dos Jogos Parapan-Americanos, realizados no Chile em 2023, eles voltaram para casa com medalhas e Iranildo se consagrou como um dos maiores medalhistas brasileiros.
A partir da última semana, a dupla embarcou para mais uma missão. Os dois são oficialmente atletas do tênis de mesa do Iate Clube. Então quem passar pelo espaço da modalidade poderá ver os treinos dos dois grandes atletas brasileiros e, quem sabe, até pegar umas dicas.
Os atletas celebraram a oportunidade de treinar dentro do Iate e, para Guilherme, a novidade se tornou mais especial por representar um retorno: ele poderá treinar com Luciana Coutinho, professora do Clube que trabalhou com o mesatenista na preparação para as Paralimpíadas do Rio 2016, quando o atleta foi medalhista.
Sobre Paris 2024? A vaga ainda pode acontecer. No próximo fim de semana, Guilherme estará na Tailândia, já com as cores do Iate, tentando as últimas vagas para o mundial. Ele conseguindo, aumentam as chances de Iranildo, afinal, os dois também jogam em dupla.
Sorte grande aos nossos novos atletas e que eles sigam inspirando as próximas gerações de atletas!